No ano de 2011 fui viajar
para a Indonésia com um grupo de amigos budistas. Fomos até Ubud, um lugar
muito especial nas montanhas balinesas.
Ao entrarmos no hotel, fomos
surpreendidos por um aviso atípico - no dia seguinte seria o ano novo Balinês,
e depois da meia noite comemorariam
o dia do silêncio.
Assim, na hora
da virada do ano, diversos tipos de bonecos gigantes feitos com papel marchê desfilariam pela cidade; num certo momento as
pessoas começariam a chutá-los, machucá-los, até destruí-los, ateando fogo neles no
final.
O ritual simboliza a luta do
bem contra os maus espíritos
(representados pelos bonecos), e
também a partida das energias ruins. O ano novo deveria estar repleto de energias positivas.
Após a meia-noite começaria o
dia do silêncio. Teríamos que ficar por 24h em silêncio, dentro do hotel. É
feriado em Bali, e todos participam do ritual. O silêncio é total, é
literalmente proibido sair de casa, as ruas ficam desertas. O
aeroporto é fechado, com pousos e decolagens proibidos.
Os balineses acreditam que os
espíritos maus que por acaso ainda
estiverem por perto não encontrarão nada aberto e nem ninguém - pois estão todos em suas casas em
silêncio - e como consequência, irão
embora. O dia do silêncio também serve
para refletir sobre o ano que passou, e também sobre aquele que virá.
Bali - mais precisamente Ubud - é para guardar no
coração a sete chaves. Um lugar lindo, requintado, sofisticado e ao mesmo tempo simples. Oferendas estão espalhadas por toda a cidade. Arranjos de flor fazem parte da rotina – o povo é muito delicado, ritualístico. Tudo é divino e maravilhoso!
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